A endometriose é uma doença que afeta até 15% das mulheres em idade fértil e 50% daquelas que estão com dificuldade para engravidar. O endométrio, tecido que reveste internamente o útero, apresenta um crescimento e proliferação para fora do útero. Esses focos de tecido endometrial podem se desenvolver em vários órgãos, como ovários, tubas uterinas, intestino, bexiga, vagina e outras áreas da pelve.
Os principais sintomas são dor pélvica crônica e incapacitante, dor na relação sexual, dor ao urinar ou defecar, sangramento menstrual intenso ou irregular, inflamação, formação de cicatrizes nos órgãos afetados e infertilidade. Existem alguns tratamentos não cirúrgicos e cirúrgicos para a endometriose, segundo o grau de invasividade do endométrio. Entre as técnicas cirúrgicas, a laparoscopia é a abordagem preferida pelos profissionais e também pelas pacientes. A laparoscopia é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva que permite aos cirurgiões visualizar, diagnosticar e realizar procedimentos na cavidade abdominal ou pélvica por meio de pequenas incisões na pele.
A laparoscopia pode ser diagnóstica ou cirúrgica, com remoção de cistos ovarianos, miomas, ovários, tubas uterinas e também para o tratamento da endometriose. Em vez de uma única incisão grande usada em cirurgias abertas convencionais, a laparoscopia envolve a criação de várias pequenas incisões (em torno de 1 cm) na área a ser operada. Por estas pequenas incisões são inseridos tubos finos chamados trocateres.
Um trocater contém uma câmera de vídeo de fibra óptica chamada laparoscópio e os outros são usados para a inserção de instrumentos cirúrgicos.
Para melhorar a visualização e facilitar a instrumentação, o abdômen é inflado com dióxido de carbono para criar um espaço entre os órgãos internos e a parede abdominal. O laparoscópio transmite imagens em tempo real do interior do corpo para um monitor de vídeo na sala de operações. Isso permite que os cirurgiões vejam claramente os focos de endometriose. Os instrumentos cirúrgicos são inseridos através dos trocateres adicionais. Eles manipulam os instrumentos enquanto monitoram a tela de vídeo.
Após a conclusão do procedimento, os instrumentos são retirados e as incisões são fechadas com suturas ou adesivos cirúrgicos. Geralmente, as incisões pequenas resultam em cicatrizes mínimas e a recuperação é mais rápida em comparação com cirurgias abertas. Por ser uma cirurgia relativamente simples, há diversas vantagens e benefícios para o médico e para a paciente. Devido ao pouco trauma tecidual, há menos dor pós-operatória e recuperação mais rápida. Os pequenos cortes, de cerca de 1 cm cada, geram cicatrizes menores e menor risco de complicações em comparação com cirurgias abertas convencionais.
A maioria das cirurgias laparoscópicas para endometriose é realizada em regime de cirurgia ambulatorial, o que significa que a paciente não precisa ficar internado por um longo período. Em poucos dias a paciente pode retomar a vida normal. Apesar de estas vantagens, casa caso precisa ser individualmente avaliado para saber se há indicação deste tipo de cirurgia conforme o grau de gravidade da endometriose e as necessidades individuais de cada paciente.
Centro de Reprodução Humana Wahib Hassan