Os tratamentos de reprodução assistida mais comuns: vantagens, desvantagens e resultados esperados
Os tratamentos de reprodução assistida (TRA) são técnicas da medicina reprodutiva para auxiliarem casais com problemas de infertilidade a terem filhos. Os tratamentos mais comuns são a inseminação intrauterina (IIU), a fertilização in vitro (FIV) e a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI). Vamos ver as vantagens, desvantagens e resultados de cada uma destas técnicas?
A IIU é considerada uma técnica de baixa complexidade, pouco invasiva, pois a fertilização é dentro do corpo da mulher. Na IIU, o sêmen é coletado e preparado no laboratório para que seja colocado em um cateter e injetado diretamente no útero da mulher. Algumas vantagens incluem: menor custo em comparação com as outras técnicas, menos desconforto para a mulher e menos tempo de espera para a realização do procedimento. No entanto, as desvantagens são a eventual necessidade de múltiplas tentativas, o risco de gravidez múltipla e baixa eficácia em casos de infertilidade masculina grave. Além disso, a taxa de sucesso é de no máximo 19% por tentativa.
Já a FIV e a ICSI são consideradas técnicas de alta complexidade, onde a fertilização ocorre em ambiente laboratorial. Na FIV, a paciente irá realizar a estimulação ovariana controlada por medicamentos hormonais com objetivo de promover o desenvolvimento de um grande número de folículos ovarianos. Quase diariamente, a paciente deverá realizar um ultrassom para avaliar como está o desenvolvimento dos folículos. Quando alguns folículos atingirem um tamanho pré-determinado considerado ideal, será agendada a punção dos folículos. Esta punção é realizada em centro cirúrgico, com a paciente sob leve sedação, com auxílio do ultrassom. Espera-se que, a cada folículo puncionado, haja um óvulo maduro equivalente. Enquanto isso, o sêmen é obtido e preparado para que apenas espermatozoides com boa capacidade de fertilização estejam presentes na amostra. Em laboratório, os óvulos serão colocados em contato com os espermatozoides em pequenas gotas de meio de cultivo, para que ocorra a fertilização de forma natural. Os embriões formados serão acompanhados no laboratório por até 5 dias, e embriões de boa qualidade serão transferidos no útero da paciente ou congelados. Algumas vantagens da FIV são uma alta taxa de sucesso (média 35%), possibilidade de uso de óvulos doados e maior eficácia em casos de infertilidade masculina moderada. No entanto, as desvantagens são um maior custo que a IIU, maior desconforto para a mulher, maior tempo de espera para a realização do procedimento.
A ICSI é uma técnica extremamente parecida com a FIV, exceto pelo fato de que na ICSI há seleção e injeção de um espermatozoide diretamente dentro de cada óvulo, em vez de deixá-lo fertilizá-lo naturalmente. A maior indicação da ICSI é em casos de infertilidade masculina grave, como baixa concentração ou motilidade dos espermatozoides. Algumas vantagens da ICSI são uma taxa média de cerca de 35% de sucesso, possibilidade de realização de biópsia para testes genéticos no embrião e possibilidade de uso de espermatozoides recuperados de forma cirúrgica, em casos de azoospermia. As desvantagens são as mesmas previamente citadas para a FIV.
A FIV e a ICSI podem chegar até a 60% de taxa de sucesso, dependendo da idade materna ou da idade da doadora de óvulos. Contudo, é importante lembrar que, mesmo com todas as técnicas disponíveis, a gravidez não é garantida!
