A Organização Mundial da Saúde revelou recentemente que a infertilidade está atingindo 1 a cada 6 casais. E o que está por trás desse número alarmante?
Cada vez mais fatores ambientais e estilo de vida estão relacionados a este aumento da frequência de infertilidade.
Um ponto muito importante a ser considerado é a idade materna avançada. Cada vez mais as mulheres desejam ser mães apenas após a realização profissional e financeira. Dados da Rede Latino Americana de Reprodução Assistida mostram que 75% dos tratamentos são realizados em mulheres acima de 35 anos de idade, sendo 35% acima dos 40 anos. Acima dos 35 anos, a quantidade e a qualidade dos óvulos diminui significativamente, diminuindo as chances de gestação natural e aumentando os riscos de doenças cromossômicas no feto.
Outra questão relevante é a má alimentação. A preferência por alimentos industrializados e processados, com excesso de sal, açúcar, conservantes e corantes leva a inflamações no trato reprodutivo feminino. Mulheres que já tem predisposição à endometriose, por exemplo, têm uma progressão rápida da doença devido à inflamação induzida pela alimentação. O excesso de radicais livres da alimentação de baixa qualidade piora significativamente a qualidade dos espermatozoides.
A má nutrição pode causar resistência insulínica, diabetes e obesidade, piorando também os quadros de síndrome dos ovários policísticos (SOP). A SOP é a principal causa de ausência de ovulação, o que diminui as chances de uma gestação.
A obesidade advinda da má alimentação e sedentarismo causa alterações no eixo hormonal envolvendo o sistema reprodutivo de homens e mulheres, dificultando a ovulação e piorando a qualidade dos espermatozoides. Além disso, mulheres obesas também têm maior risco de aborto espontâneo e complicações durante a gravidez, como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia. Nos homens, além das alterações espermáticas, a obesidade pode afetar negativamente a função erétil.
O estresse leva ao aumento da produção do hormônio cortisol, que tem impacto direto nos hormônios reprodutivos. Nas mulheres, há alteração da ovulação e dificuldade na implantação do embrião no útero e nos homens, piora na qualidade seminal.
As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), muitas vezes assintomáticas ou não bem tratadas, podem provocar inflamações pélvicas e obstruções no trato reprodutivo. Nas mulheres, a obstrução das tubas uterinas é uma das principais causas de infertilidade, sendo possível a gestação apenas com ajuda da Medicina Reprodutiva. Nos homens, as ISTs podem causar inflamação e danos aos testículos, epidídimo e próstata, o que pode levar a uma baixa contagem de espermatozoides e/ou espermatozoides anormais.
O cigarro afeta a quantidade e a qualidade dos óvulos da reserva ovariana, diminui o fluxo sanguíneo da tuba uterina e a contratilidade da tuba, aumentando o risco de uma gestação na tuba. O tabagismo afeta o endométrio, camada do útero onde o embrião implanta, dificultando a gestação. Nos homens, o cigarro piora a qualidade dos parâmetros seminais e aumenta os danos ao DNA dos espermatozoides, reduzindo as chances de fertilização.
O excesso de álcool promove um ambiente inflamatório que afeta negativamente a produção e a qualidade dos espermatozoides. Nas mulheres, o álcool pode interromper a ovulação e aumentar o risco de aborto espontâneo. O álcool também pode afetar a qualidade dos óvulos e diminuir as chances de fertilização e implantação do embrião.
É importante lembrar que a infertilidade pode ser causada por uma combinação de fatores e pode afetar tanto homens quanto mulheres. Se você está tendo dificuldades para engravidar, esteja atento às questões de estilo de vida que falamos acima!
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Este conteúdo é informativo, não substitui uma consulta médica com especialista. Responsável Técnica: Prof.ª. Dra. Daniela Fink Hassan -RQE 47083-2
Centro de Reprodução Humana Wahib Hassan